Especialistas de Moda, Psicologia e Marketing da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campi Higienópolis e Campinas, revelam as simbologias por trás do universo Barbie.
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Com a estreia do filme “Barbie” nos cinemas, o termo Barbiecore ganhou destaque e muita procura nas redes sociais. Mas afinal, o que é Barbiecore?
A especialista Valéria Martins, professora do Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Higienópolis, com experiência em negócios e comunicação no mercado de moda, explica que “é uma tendência de moda, que acabou invadindo muitos outros segmentos (até mesmo o alimentício), que tem como inspiração principal a Barbie, boneca ícone da infância de muitas crianças”. De acordo com ela, essa tendência segue uma predileção da boneca que, muitas vezes, compõe seus looks com a cor rosa e suas diversas variações. Além disso, o brilho também é muito bem-vindo.
Uma tendência é construída ao longo do tempo e envolve ciclos de duração. Por um período, por exemplo, a moda era baseada em looks minimalistas, por outro, composições por plumas. No atual contexto em que vivemos, observa-se que, durante a pandemia, houve um boom de pijamas diferentes, visto que não podíamos sair de casa. Com o fim do isolamento social obrigatório, as pessoas voltaram a sair de casa. “Literalmente, buscou-se dar mais estilo e mais cor à vida e, nesse caso de agora, os brilhos, a cor rosa e seus infinitos tons foram os escolhidos”, destaca.
Considerando o viés da Psicologia das Cores, que tem como objetivo compreender como o cérebro humano identifica as cores existentes e como as transforma em sensações e sentimentos, a especialista Marineide Aranha Neto, psicóloga e docente na UPM, campus Campinas, pontua que, há muito tempo, o Marketing tem explorado estrategicamente a ciência das cores para escolher quais emoções se pretende despertar no consumidor, e a cor rosa, tão explorada no filme “Barbie”, cria uma sensação de um mundo muitas vezes preferível à “vida real” de muitos consumidores do filme e de todos os produtos da linha, por transmitir otimismo.
“De acordo com Eva Heller, rosa é a única cor capaz de despertar apenas sentimentos positivos, estando mais comumente associada à cortesia, sensibilidade e amabilidade. Por fazer um mix de uma cor quente (vermelho) com uma cor fria (branco), representaria a virtude do meio-termo”, detalha a professora. Segundo ela, muito antes da Psicologia das Cores se tornar uma corrente de estudos, no século XVI – na tragédia “Romeu e Julieta”, de Shakespeare –, em uma das falas se diz: “Sou o próprio rosa da cortesia”. Replicando a fala de Heller, isso quer dizer que não importa o século, rosa é a cor da amabilidade e da cortesia. “Por tratar-se de uma cor irrealista e ‘bonita demais para ser verdadeira’, essa cor sensível e romântica remete e desperta sonhos e fantasias”, detalha Marineide Aranha Neto.
Mariana Munis, professora de Marketing e Comportamento do Consumidor da UPM, campus Campinas, reforça a fala de Valéria Martins ao ressaltar que a Barbie é “um ícone de moda e beleza desde que foi inventada, em 1959”. A especialista diz que, com o passar do tempo, a Mattel foi modernizando a boneca e a atualizando para o espírito de cada época. Dessa forma, cada geração foi impactada de uma forma. “Para quem vai assistir ao filme, a personalidade Barbie terá maior impacto nostálgico para quem teve a oportunidade de brincar com ela, principalmente as pessoas das gerações X e Y”.
A geração X é composta por indivíduos nascidos entre 1964 e 1980, já a geração Y é de 1980 a 1998. Essas são as gerações que mais brincaram com a Barbie. Mariana Munis afirma que a geração X viu a Barbie nascer e crescer, e as gerações Y e Z foram muito impactadas também, e ainda puderam acompanhar as mudanças de diversidade da Barbie, tais como Barbie cadeirante, Barbie grávida, Barbie com deficiência visual, Barbie baixinha, Barbie morena e Barbie preta. “A boneca já foi muito criticada por compartilhar um padrão de beleza inalienável, porém, ao longo dos últimos anos, se aventurou por diversas profissões e abraçou diversos corpos e estética. Lembrando que ‘diversidade e inclusão’ é uma das tendências mais fortes para as empresas nos próximos anos, de acordo com a Deloitte e a Euromonitor”.
Em suma, Valéria Martins resume o significado de Barbiecore, unindo as simbologias trazidas por ela e pelas docentes de Campinas: “trata-se de uma tendência que leva as pessoas a serem livres e a não se preocuparem com o que é determinado pela sociedade como adequado ou aceito no universo da moda”.
Viva a Barbie!
Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie
A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) está na 71a posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa Times Higher Education 2021, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Comemorando 70 anos, a UPM possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.
1 comments
Oi Val, nossa meu sonho por um bom tempo foi ter a Barbie grávida, mas minha mãe não achava adequada para a minha idade (não sei quantos anos eu tinha). Apesar de não ter conseguido essa boneca, tive uma coleção variada de profissões e vários complementos. Barbie tem muita nostalgia de infância, sou geração Y.
ResponderExcluirAté breve;
Helaina (Escritora || Blogueira)
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