É o fim do metaverso! Acabou pras NFTs!

*Por Marcela Miranda, sócia-fundadora da G4B


Essa e outras tantas exclamações povoaram meu LinkedIn e outras redes nessas últimas semanas. O fogo no palheiro foi a declaração do Mark Zuckerberg sobre demissões na Meta e mudanças de foco da empresa, que até mudou seu nome na busca do metaverso perfeito e que, ao que aparenta, falhou na missão.

Até o chatGPT ‘já era’, segundo os assíduos leitores das manchetes sobre a presença de Amy Webb no SXSW.

A necessidade de postar e de fincar uma bandeira é tanta que ninguém tem dó de sair matando tecnologias, assim como já ‘mataram’ os livros, a imprensa. E por isso, enquanto eu precisar repetir, repito: nada disso morreu. Só perdeu o hype. Só perdeu espaço nas manchetes.

O Reddit continua a promover seus NFTs, a Starbucks recentemente vendeu uma seleção de 2.000 NFTs em seu programa de fidelidade do cliente Odyssey e a PlayStation está testando um sistema NFT multiplataforma para os games. Usos diferenciados, aplicações segundo a realidade das empresas, estratégias bem traçadas…

O Metaverso segue firme e forte, com desfiles de moda que contam com marcas como Adidas e Tommy Hilfiger; com usos para ampliar o acesso à saúde, como no Hospital Albert Einstein; e com um fundo criado pelo Governo da Coreia do Sul para apoiar projetos no metaverso.

Antes de tudo, e como já falei por aqui, o Metaverso não foi criado pela Meta. Empresas podem criar suas próprias plataformas, não o Metaverso em si. Mas o hype em cima do anúncio da empresa e o desconhecimento do tema levaram a uma enorme confusão. O metaverso é um conceito muito mais amplo e vai além da web como conhecemos, em duas dimensões. Como li numa matéria sobre o tema, “Enquanto alguns argumentam que o metaverso flopou, especialistas dizem que o piloto dele está entre nós.”.

Para quem se aprofundar mais, vai ver inclusive que o metaverso foi tema do SXSW, com todas as aplicações práticas que tem para a saúde, para o judiciário, em games, varejo e outras áreas. Há muitas aplicações comerciais possíveis. Um exemplo foi da empresa VNTANA, que em seu painel destacou o case de um cliente que economizou mais de 100 mil dólares e deixou de poluir 4.4 tons de carbono por coleção ao substituir amostras físicas por amostras em 3D (muito além do seu avatar no mundo do tio Zuck, né?).

Tudo isso fica ainda mais poderoso quando potencializado pela IA generativa. O hype aqui ficou por conta do chatGPT. Mas a coisa vai bem além, com especialistas prevendo inclusive que a tecnologia da IA generativa possa, inclusive, criar novas proteínas, anticorpos e drogas, enquanto o desenvolvimento de novos modelos químicos e biológicos será acelerado por elas.

Mas antes que essas previsões se consolidem, a IA já é usada em muitos setores para resolver problemas de negócio, detectar fraudes, gerenciar cadeias de suprimentos, recomendar produtos, auxiliar na criação de imagens e textos e etc.

Quando alguém como a Amy Webb fala para pararmos de falar de chatGPT não é para indicar que a tendência morreu, mas para ficarmos atentos no impacto e nos perigos que envolvem a Inteligência Artificial. Afinal, o chatGPT ainda é apenas um bot conversacional, por mais avançado que seja.

Se você é daqueles que ‘já matou e enterrou’ todas essas tecnologias antes hypadas, sugiro que as reviva o quanto antes… Porque você provavelmente vai viver em/com muitas delas. Talvez até já esteja, mas enquanto o foco for no hype, nem vai perceber.


* Marcela Miranda, especialista em negócios em Games e eSports. Co-fundadora da G4B, primeira brasileira especializada em negócios para o segmento. Também é fundadora da Seastorm, startup studio, investidora e co-fundadora da fintech Trigg.



Sobre a G4B

Primeira brasileira especializada em negócios para os segmentos de Games, eSports e Entretenimento. A G4B é a porta de entrada para um dos setores que mais crescem no mundo, desenvolvendo projetos que façam sentido às organizações. Nasceu em abril de 2022 e tem como parceiros grandes empresas como Ubisoft, B4 eSports e Samuel "Level UP" Lima. LinkedIn. A empresa é um investimento da Seastorm Ventures, startup studio com foco na criação e desenvolvimento de negócios digitais.



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