E aí, tudo joia?
Hoje nossa análise vai tratar da recente produção da senhora Netflix: The Sandman! Baseada na obra famosíssima de Neil Gailman, a série chegou chegando, trazendo o sobrenatural, o misticismo, corvos falantes, e graças aos deuses, o bom e velho estilo emo de volta!
Bora lá?
Muito além de ser uma excelente música do Metallica ou um baixinho fofo de animação, Sandman é um personagem folclórico com diferentes representações em culturas ao redor do mundo, muitas delas relacionadas ao sono e ao processo de adormecer.
A DC Comics, editora casa de super heróis como Superman, Batman e cia, também tem uma variante para chamar de sua: Primeiramente foi o vigilante Wesley Dodds, que assumiu a alcunha a partir de 1939, e após uma grande reformulação em 1989, o Perpétuo Morpheus, o Rei do Sonhar, pelas mãos de Neil Gaiman. E é essa segunda (e muito melhor) versão que a série criada por Allan Heinberg e David Goyer tem como base.
Mais um pouquinho e ele vai cantar no The Cure |
Nela acompanhamos Sonho (interpretado por Tom Sturridge), também conhecido como Morpheus (Sandman, Kai'ckul, dentre muitas outras alcunhas) e um dos Perpétuos: Personificações reais de conceitos inerentes à todo ser vivo. Como o nome indica, Morpheus é o Rei dos Sonhos, manifestação da capacidade que toda criatura viva tem de sonhar e imaginar. E toda vez que alguém dorme, adentra os domínios do Sonhar, o reino do protagonista.
O personagem de Tom Sturridge é responsável por, entre outras coisas, criar sonhos e pesadelos, e é justamente um deles que faz girar toda a trama: O Coríntio (Boyd Holbrook), um pesadelo feito para espelhar todo o mal da humanidade, e que num belo dia, escapou das rédeas de Morpheus e passou a assassinar a galera. E na tentativa de capturá-lo novamente, o Rei do Sonhar caiu na arapuca de um ocultista chamado Roderick Burgess (Charles Dance, o mesmo cara que fez Twyn Lannister em Game of Thrones), quem nem atrás dele estava, pra começo de conversa. E nessa brincadeira toda, o senhor do emo é mantido por um século em cativeiro, além de ter subtraídas de si três ferramentas: O rubi, sua algibeira com areia e seu elmo.
A serie tem duas "fases" bem distintas: Nos primeiros episódios, tão logo presenciamos o sequestro do Perpétuo (e as consequências que isso traz ao mundo dos despertos) e sua respectiva fuga, passamos a acompanhar Morpheus em busca das três ferramentas que o auxiliam na realização de suas tarefas e que foram roubadas ao longo de seu cativeiro. Nessa "primeira parte" nós conhecemos o Sonhar e alguns de seus habitantes, como Cain e Abel, seres conhecidos como os personagens da "primeira história", e Lucinenne (Vivienne Acheampong), a bibliotecária real e minha personagem predileta da série que ficou responsável por cuidar do lugar durante a ausência de Morpheus.
Nesse meio tempo, entre encontro com Johanne Constantine (para achar sua algibeira), uma visita épica ao Inferno de Lúcifer Morningstar (elegantemente interpretado por Gwendoline Christie, a Brienne de Game of Thrones) para resgatar seu elmo, e um papo cabeça com sua irmã, a Morte (a sensacional Kirby Howell-Baptiste), o perigoso John Dee vai usufruindo do rubi, o último tesouro do rei, e que nos rende um dos episódios mais perturbadores da série, o "Sem Parar".
E tudo isso com Coríntio movendo as peças e observando.
A segunda metade da temporada é dedicada à captura efetiva do pesadelo, que para não ser pego e enviado de volta ao Sonhar (ou coisa pior), passa a manipular Rose Walker (Vanesu Samunyai), uma jovem com habilidades oníricas tão fortes que acaba se tornando uma ameaça ao próprio Morpheus.
Vou parar por aqui, senão acabo entregando toda a paçoca. Mas podemos falar sobre outros aspectos, como por exemplo, a fotografia e o figurino, que estão impecáveis e sempre dando aquela tchananã na aura do Lorde Moldador. Vejam bem, Morpheus não é, necessariamente, um personagem sombrio, e pelo menos até o momento, não deu tantos indícios de ser trágico (como sua contraparte dos quadrinhos). Mas a forma como é representado, e o jeito em que se posiciona perante outros personagens, sempre passa a ideia da sua solidão. E junto com suas roupas estilo clipe do My Chemical Romance e o olhar de quem está recitando Lord Byron mentalmente, nosso querido Kai'ckul traz de volta o estilo que nunca deveria ter saído de moda: O bom e velho emo:
"Ovô aparecê pro Gerard Way, kkkk" |
"Se liga na entonação, mana: 'I would say I'm sorry If I thought that it would change your mind'..." |
Os efeitos especiais são bem competentes. Claro que não são bancados por um orçamento nível O Senhor dos Anéis: Os anéis de Poder, mas a produção da Netflix consegue fazer uma gárgula (ou seria um dragão?) decentemente, e até mesmo um corvo falante (Matthew, dublado por Patton Oswalt) bem verossímil.
E o Sonhar? Tanto em sua versão destruída quanto na refeita, o não-lugar do mano da areia é bonito e te faz realmente imaginar quantos sonhos (e pesadelos) cabem lá dentro. Destaco para o litoral que dá acesso ao castelo, com sua imensidão vazia e os enormes portões, que pelo menos para mim, deixam uma mensagem bem clara: Devaneios podem ser compartilhados, mas você começa sonhando sozinho.
"Ai Vivienne, se liga na música nova: 'Ontem retornei na areiaaaaa...'" |
"Fico fora por um minutinho e vocês f**** o castelo inteiro, eu não tô acreditando nisso, na moral..." |
"Walt Disney vai morrer de inveja..." |
Daria pra falar de mais coisas? Claro que sim.
Vou falar e tirar toda a graça de vocês irem assistir a parada? Claro que não!
Sandman está disponível na Netflix desde 05/08/22. Corram lá e divirtam-se!
E pra variar, uma playlist com as mais emos de que consegui lembrar. Obrigado pela leitura até aqui!
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10 comments
Olá, essa adaptação está tão maravilhosa. Gostei tanto da fidelidade quanto das mudanças. Ansiosa para uma segunda temporada.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literária
Tá muito boa mesmo, né? E as mudanças só melhoraram a coisa toda! Valeu pela leitura e pelo comentário! ^^
ExcluirOi
ResponderExcluireu to querendo assistir essa série pois vejo tantos comentários e imagens na rede social, espero curtir quando assistir, não conheço muito desse personagem, mas o enredo da série parece ser bom.
https://momentocrivelli.blogspot.com/
Olha, assiste quando tiver um tempinho, vale a pena! Valeu pela leitura e pelo comentário! ^^
ExcluirOlá,
ResponderExcluirassistimos essa série, achamos bem interessante. De começo quando saiu, a gente ficou por dias lembrando do Sandman no filme A origem dos guardiões haha ele é tão fofinho, amamos aquele filme. Mas foi uma série que surpreendeu.
Abraços,
Blog Vou Arrasar
Siiim, o Sandman desse filme é baseado no mesmo folclore que o da série, por isso eles guardam tantas semelhanças. E pela internet dá pra achar diversas fanarts juntando os dois. Valeu pela leitura e pelo comentário! ^^
ExcluirVi muitas pessoas falando dessa série, mas ainda não tive tempo para parar e assistir. Adorei essa sua análise.
ResponderExcluirhttps://www.biigthais.com/
Beijoos ;*
Aaah, muito obrigado <3
ExcluirA série consegue trazer o melhor dos quadrinhos do personagem, sem parecer uma produção de nicho. Quando tiver um tempinho, dá uma olhada. ^^
Eu estou querendo muito ver essa série, mas sinto que preciso esperar um pouco. Parece estar tão boa e ter tantos elementos para olhar
ResponderExcluirbeijos
https://www.dearlytay.com.br/
Ah sim, pega ela pra assistir quando estiver tranquila, com tempo pra apreciar...Sandman tem mesmo vários elementos ali que merecem ser aproveitados com calma. E valeu pela leitura e pelo comentário! ^^
Excluir*AVISO*
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